Interrogações


Era tanto amor, não era? Era difícil até escrever sobre ele. Amor intenso, inteiro, transbordando, não era? Eu sei que era, eu sinto mesmo agora, meses depois, que aquele amor foi grande demais. Não é de se admirar que o fim tenha sido tão doloroso. Inevitável não relembrar tudo naquele último encontro, não é? Como uma espécie de último suspiro, uma busca descontrolada por um fio de esperança que fosse ai dentro do teu peito. E deu certo, não foi? Pelo menos por uns dias. Poucos. Era tanto amor, como é que se chega ao fim um amor tão grande, não é? E a dor que fica, mesmo quando já não existem mais lembranças fortes no pensamento? Para você ver, tomar nota... era tão grande o amor que até hoje dá pra sentir, de longe, lá no fundo, aquele aperto no peito. Não me julgue, eu não quero voltar. Mas é que foi tanto amor, não foi? E tão rápido e fácil foi fazer com que ele fosse tão gigante... Bastou eu. Bastou você. Mas se não houvesse o nós naquele tempo, não haveria esse amor tão grande, haveria? Tinha que acabar, não tinha? Pra mim. Pra você. Tinha que acabar pra que a gente pudesse viver novos amores, novas paixões, novos amigos, novas formas de vida. Não é? Eu sei que tinha que acabar. Eu sei que o nosso tempo - o meu, o seu - não é o mesmo tempo de Deus. O tempo Dele é que prevalece. Queira ou não queira quem aqui embaixo espera. Mas não é estranho lembrar do tanto de amor que sentimos um pelo outro? Como dói sentir o mínimo daquilo que existiu aqui dentro do meu peito. Dói porque amor acumulado precisa de uma válvula de escape maior para deixar fluir. Os amigos, a família... não dão conta. Era tanto amor! Eu não dou conta. Você consegue? Acho que sim... talvez esse tanto de amor fosse só meu, por isso a dor. As palavras falharam na expressão, você falhou na confiança, eu falhei também. Não na confiança, mas em outras coisas. Mas era tanto amor! Realmente tinha que acabar, não tinha?

Comentários

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  2. e eu sempre me identificando com os teus textos...

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fico feliz com sua vinda ao blog ;)

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