O que quero para nós...


Eu quero que você me escolha. E que a escolha seja feita sem pestanejar que não há nada de mais lindo do que quando dois corações se encontram. Não podemos exigir muito, ter sorte e paciência a todo momento, isto seria o mesmo que dizer que não brigaríamos, não discutiríamos e em momento algum discordaríamos da opinião do outro. Certo, seria bonito, mas não seria real. Isso, para mim, não é resultado de amor. É passividade cega e mútua. Não quero isso pra mim. Não quero esse tipo de vida para nós.

Estamos diante de um relacionamento que não poderia ser mais real. Todos estes obstáculos que estamos acostumados a ouvir por ai, através de casais que vivem anos juntos e ainda se beijam antes de dormir e ao acordar, mesmo aos 90 e tantos anos de idade, acontecem. O que tem demais nisto? Não somos perfeitos - ninguém o é - sendo assim nenhum relacionamento é assim também, perfeito. Não quando se fala do tipo de perfeição em que o céu é azul a toda hora, em que as flores estão sempre desabrochadas e exalando seu perfume a todo lugar por onde se vá. Sabe a definição romântica de um mundo cor-de-rosa? Ele não existe.

Eu acho que a perfeição, hoje em dia, está na imperfeição. Para mim a briga, a discussão, o tom de voz elevado e as palavras que saem cuspidas uma vez ou outra, por estar cansado, da vida, do mundo, das brigas, dos erros... para mim ela não é bonita e nem deve ser constante. Mas existem, não existem? O que é bonito é o depois. É estar com a voz mansa e o peito aberto para o conforto de estar perto de quem se ama. O bonito é olhar nos olhos, perceber que as vezes se pode ser muito duro nas palavras, mas sabe também amolecer a vida para apertar o abraço, para demorar o beijo. O bonito é olhar para tudo aquilo depois de um dia, dois, uma semana... um mês... e perceber que cresceu, amadureceu, que valeu a pena por estar onde e com quem está e se quer. As vezes é preciso passar por tempestades. Turbulências não são vãs.

Amar não causa dor. O que dói são as pessoas, é a forma de vê-las, a forma de querê-las. Com pressa, imediatismos. Com o tempo nos vemos obrigados a perceber que os valores mudam, que os interesses mudam, que o olhar, com certeza, vai mudar também. Aí que a companhia do outro se faz mais presente. Quando se quer estar junto, acompanha-se o passo, de um, do outro. Relação são dois. É por isso que quero a escolha por mim. Quando escolhemos, estamos cientes do que está sendo escolhido, pensamos em como esta escolha vai  estar presente na vida e como ela vai se encaixar em tudo que se quer. As adaptações são feitas, mas a escolha já está ali, do lado. Eu escolhi você...

Talita Saldanha

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