Sobre a saudade que ficou: PARTE #O1

Foi quase paixão ao primeiro olhar. Pode não ter sido paixão, mas houve interesse logo de imediato.. Durante dois dias os olhares denunciavam os pensamentos, os desejos e, principalmente, o comportamento que mudava, bastava por perto ele estar: os olhos não desviavam a direção, os lábios nervosos, o coração mais acelerado, as bochechas ficando mais rosadas (quem sabe por vergonha), a atenção toda e completamente voltada para os movimentos daquele que, em tão pouco tempo, chamou sua atenção.

A noite caia no segundo dia e os preparativos para os acontecimentos estavam a mil. Ao sair de onde estava hospedada, Alice buscou encontrar o motivo dos seus sorrisos mais sinceros e meigos, mas ao encontrá-lo havia também um motivo para que esse sorriso se mantivesse um pouco apagado e sem brilho, já que os olhares não eram correspondidos e, muito provavelmente, os sentimentos também não. Não houve encontro. Não houve contato. Não nesse primeiro momento.

Houve uma festa: momento único para qualquer abordagem e demonstração de qualquer interesse ou não. Alice sabia que se não fosse durante aquela noite, não seria mais em nenhuma, ao amanhecer voltaria para seu lugar de origem e tinha certeza que jamais voltaria a encontra-lo.

Olhares. Desejos. Pensamentos...

Houve uma dança, mesmo que Alice não soubesse bem dançar.

Não só uma, motivo de espanto e alegria.

Houve uma conversa, houve uma conversa que demonstrava que ele poderia estar interessado também.

Como que por encanto, foi pronunciado que tantos pensamentos, tantos desejos e tantos olhares eram sim correspondidos e o tão esperado beijo aconteceu...

Não havia palavras para especificar o quanto de magia havia ali nos braços dele, o quanto aquele momento ultrapassou a imaginação. Foi melhor, bem melhor do que imaginar como seria.

Durou pouco, logo ficou tarde. Ao amanhecer tudo voltaria ao normal, a viagem era longa de volta para casa. A despedida não foi assim, tão encantadora. Foi tudo muito rápido, desde o inicio. E tão rápido quanto não se queria, foi o fim...

(Continua...)

p.s.¹: o nome Alice é ficticio

p.s.²: história baseada em fatos reais