Ponto.

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"O tempo passa, os contratempos surgem, batem e combatem as idéias,
mas os sonhos estão simplesmente intactos. O tempo não é capaz de mudar
o que sonhamos e o que desejamos. A convicção nos impulsiona a almejar os
mais longínquos cumes ou mesmo as maiores profundidades, pelo simples
fato de querer. No entanto, seria o sonho apenas a fuga dos problemas,
da vida, do real? Afirmo veementemente ser estúpida tal indagação.
Essa é exatamente a essência do sonhar. Estar em lugares paradisíacos,
ter o que quiser, ou mesmo sentir o que nunca se sentiu. A sensação do sonhar,
do desejar, do almejar certamente não se encontra em nenhum dicionário
ou livro de auto-ajuda, basta sentir e saborear o sabor adocicado da
esperança de alcançar um objetivo. No compasso da vida o tempo é um
túnel obscuro no qual caminhamos na incerteza, não importa se na nossa
caminhada caiamos e nos machuquemos, o túnel continuará escuro e tenebroso,
sem resquício de luz. O que nos resta é nos reerguermos e seguirmos adiante
sonhando quem sabe, em encontrar a luz que nos espera além do tempo,
luz que encontra-se no exterior do túnel, do tempo. Numa saída triunfante,
estaremos livres da escuridão e da obrigação de seguir adiante,
simplesmente livres do tempo, livres para voltar ou dançar
no delicioso embalo da liberdade. Enfim, o tempo é a antítese do sonho,
tendo no intermédio o 'eu'. O sonho nos integra, nós integramos o tempo
e o tempo é a prisão da liberdade. A tarefa de se livrar da escuridão,
particularmente, só terá sucesso se você não estiver só. Algum dia,
quando duas pessoas sentirem algo tão intenso que lhes cause uma dor
mutante insuportável de saudade, e quando caminhando juntos, perto,
lado-a-lado sentirão o calor recíproco do verdadeiro amor.
Sentirem a injustiça de saborearem tal sentimento com tamanha intensidade
que a força deveria ser dividida entre o mundo inteiro. E finalmente,
quando juntos, perceberem que não há escuridão alguma,
que por detrás dos olhos de seu amado há um brilho ofuscante e festejante,
capaz de iluminar o caminho, evitando tropeços e os guiando,
juntos em brilhos unidos, ao fim da cadeia atormentadora.
Ao início da utópica e felicidade. Eu não acredito no relógio."

Não, não fui eu quem escreveu este texto, até por que não tenho tamanha capacidade pra descrever sentimentos tão perfeitamente. Mas parece que foi feito pra mim e pro momento que vivo. Uma coisa desse texto me chamou muita atenção: o fato do quanto ter alguém do seu lado justifica sua vida e o que você tem pra fazer aqui. Só quem viveu um grande amor sabe o que a falta deste faz. Será que TUDO realmente tem um FIM? Não queria que pra mim e esse grande amor que tive tivesse, mas creio que essa é a melhor solução ou escolha que poderia fazer.
...

Para as pessoas que inventaram as suas próprias
leis quando sabem ter razão;
para as que sentem um prazer especial
em fazer coisas bem feitas, nem que seja só
para elas mesmas; para as que sabem
que a vida é algo mais do que aquilo que os olhos vêem,
FERNÃO CAPELO GAIVOTA.

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